sábado, 13 de novembro de 2010

Sou muitos em mim mesmo,
e na maioria das vezes não sou eu mesmo.
Tenho logo que apresentar a todos Matilda de Azevedo,
uma mulher do alto de seus 60's, repleta de experiência de vida,
geralmente amargurada e assombrada por diversos fantasmas recorrentes em seus textos.
Acho que mais de 50% dos meus poemas recebem sua assinatura, então eu sou obrigado a fazer essa pequena apresentação.
São algumas imagens que aparecem diversas vezes nos poemas de Matilda:

- Cor vermelha (e todos os seus tons, além de objetos e imagens que levem a essa cor);
- Cores quentes, em geral;
- Cor branca e verde;
- Olho;
- Boca;
- Língua;
- Tempo;
- Lua;
- Cidade pequena e seus elementos (montanhas, rios, vales, colinas, etc.);
- Morte (beirando quase ao desejo) e sentimentos e pensamentos lúgubres;
- Nostalgia para com a infância e amargura em relação ao passado no geral;
- Visão pessimista da vida;
- Cigarro e fumaça;
- Solidão;
- Pássaro;

Outra marcação importante é que seus últimos poemas veem beirando a loucura.
Espero que gostem dela, mas tenho certeza que ela não gostará de vocês...





La Fleur Rouge

Sarcástica e cáustica sou
E te dissolvo
Nesse emaranhado confuso de horas que passam,
Tempo que voa, mas não me muda.
Reluto, muda, imóvel, imutável.
E muitos foram os que disseram:
- Sorria e contemple as rosas.
Digo venenosa, enigmática:
- Também as rosas secam, murcham e se despedaçam.

Matilda de Azevedo
(Mike Rodrigues)

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