O
olho vaga, lunático, vazio
E
me engloba.
Constrange-me,
me flagra
E
me assola.
A
esfera fria pisca
Se
lambe com pestanas grossas,
Metálicas,
mais que metálicas,
De
chumbo
E
se corta.
O
olho sangra e pinga,
Goteja
e chora.
Inunda-me
com seu mar
Espesso,
me toca, me afoga.
A
bola gira rápida confunde-me e pisco.
Em
volta ela desmaterializa-se
E
fico vazia, lunática, fria, metálica,
Mas
sinto, percebo
Que
algo me olha.
(01/05/2010)