O frio
da noite fustiga-me a face
(protejo-me
apenas com a brasa de meu cigarro)
É essa
lufada o bater de tuas asas
Anteros,
meu anjo de ébano.
É a Lua
graúda teu espelho de prata,
Teu
olho a desvendar-me os segredos.
O frio
da madrugada congela as horas em que me encontro,
Me
perco.
É esse
teu truque para aprisionar-me a alma,
Levar-me
a lucidez escuridão adentro,
Silencioso
como pássaro noturno à espreita.
O frio
prossegue confundindo-se com o negrume,
E eu a
chorar por fora,
E eu a
nevar por dentro.
(02/09/11)
Mike
Rodrigues
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