segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A nona praga

Já não reconheço as risadas de meus amigos,
Nem me recordo da voz de minha mãe,
Nem de seu colo,
Às vezes queria apenas voltar ao seu ventre.
Já não reconheço meu próprio rosto,
Perdido em algum lugar
Por baixo dessas olheiras;
Nem meu próprio eu,
Afogado em um caos de idéias.
Eu me pergunto para que tantos olhos?
Quando nem ao menos consigo cerrá-los.
Para que tantas camas?
Se não há ninguém com quem se deitar
E nem mesmo motivo para se deitar, apenas.
Sozinho o dia não faz sentido
Não faz sentido o galo,
Nem o Sol,
Nem o ego.
E exausto dessa noite que não finda
- apesar de não existir -
Acabo acreditando que a solução
Seria trocar Morfeu por morfina.

(06/02/11)

Mike Rodrigues

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