Minha
casca ácida
Protege-me
tal escudo
Tente
descascar-me,
Chegar
a meu cerne, meu sumo.
Sou
esfera, ser vivo, sou fruto
Não
basta que me enxergue
É
preciso consumo.
Não
basta que adivinhe
Em
mim interior de suco ou seco
É
preciso nudez
Depois
do estranhamento.
Minha
casca imperfeita
Dentro
da qual a seiva pulsa
Guarda
minhas entranhas rubras
Gera
fascínio e repulsa.
Sou
uma toranja
E
sangro aos poucos pela tampa
Sou
Isaías de boca miúda
E
a tampo com um pano branco.
(16/03/12)
Mike Rodrigues
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