A escuridão tem mil olhos
Acesos e famintos
E o vazio ecoa nas costas das árvores.
O corpo se molha mais que o espelho,
Lambido pela língua aveludada da noite espessa.
A carne se abrasa contra o breu soturno
Afugentando os sinais de inverno.
No fim do dia, à beira d’água,
Minha alma canta leve dentro do peito.
Mike Rodrigues
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