É aquele que nasce
com os pés presos ao chão
o que mais longe e mais rápido caminha.
É o que olhos não tem
o que usa dos meus
e melhor e mais claro enxerga.
Aquele que não tem mãos
sente mais afundo as coisas que toca
e, apesar de não possuir asas,
faz voos altos e supersônicos.
É o que não tem boca
o que derrama as mais intensas verdades
e lhe faz os mais belos elogios.
Ele tira seu chapéu
para lhe cumprimentar na sua viagem de partida.
Yuri Mushrock
sábado, 30 de abril de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Partida
Noite escura,
olho alto,
rumo rápido
pr'onde sopre o vento.
Voo logo,
vou ligeiro,
sorrateiro no encalço do acaso.
Vago vago
sem destino certo.
Paisagens várias,
as engulo enquanto as vejo,
tragando tudo na ida
para na volta trazê-las comigo.
(19/04/11)
Mike Rodrigues
terça-feira, 19 de abril de 2011
O guia
O inacreditável sábio,
Que transforma podridão em magia,
Abrir-me faz os olhos e a mente,
Deitar-me faz em verdes pastos,
Guia-me mansamente pela relva tranquila.
Meus pés descalços sugam a umidade dos tapetes de musgos,
As árvores me observam penetrar seus domínios,
Enquanto criaturas travessas brincam embaixo de guarda-chuvas azuis,
Suas músicas lúdicas a me conduzir floresta adentro.
Suas risadas a me acalentar o corpo e a alma.
Não sou parte nem partícula,
Sou todo, sou tudo, sou todos,
Sou vida.
(18/04/11)
Yuri Mushrock
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Causa Mortis: Quantum
Sou apenas um homem,
talvez seja dois em paralelo.
Ao puxar o gatilho divido
em duas possibilidades o Universo.
A probabilidade é igualitária,
a rotação horária ou anti-horária de uma partícula.
Com essa me salva e repito,
sem nunca me atingir o tiro.
Com aquela faleço, mas lembre-se
que em alguma realidade ainda vivo.
Assim, sigo vivendo e morrendo para sempre,
me estendendo além do infinito.
Yuri Mushrock
talvez seja dois em paralelo.
Ao puxar o gatilho divido
em duas possibilidades o Universo.
A probabilidade é igualitária,
a rotação horária ou anti-horária de uma partícula.
Com essa me salva e repito,
sem nunca me atingir o tiro.
Com aquela faleço, mas lembre-se
que em alguma realidade ainda vivo.
Assim, sigo vivendo e morrendo para sempre,
me estendendo além do infinito.
Yuri Mushrock
domingo, 17 de abril de 2011
Ego sum
Sou apenas um grão de poeira,
uma partícula cósmica,
o sopro do Divino.
Sou o ser desconhecido,
a beira do abismo
sou o Eu escondido.
Sou a besta adormecida,
a aberta ferida,
a essência, a vida.
Sou o pacto, a conexão,
uma parte do todo.
Sou muitos em mim mesmo,
nem eu mesmo me conheço
com esses olhos que uso fechados
e talvez eu nem exista,
sou a própria filosofia.
Sou alma, corpo, sentimentos e mente.
Yuri Mushrock
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Essencial
Ah ideia que não vem!
E essa necessidade de escrever que não se vai.
Para cada poesia há um poeta,
para cada lápis um papel,
para cada sentimento uma palavra.
Então, por onde andam as Matildas?
E os Yuris?
E por onde ando?
Meu coração frio e opaco,
Tão fraco que não consegue bombear poemas.
Minhas mãos nem mesmo trêmulas,
simplesmente inertes.
Minha mente absolutamente vazia.
Não há amores,
nem ao menos sofrimento por amores.
Não há alegria plena, nem tristeza.
Há apenas palavras
que mais parecem notas desafinadas no meio de bela melodia.
Mike Rodrigues
domingo, 10 de abril de 2011
Singularidade
Caído no chão inerte e anulado,
Sou devorado por um buraco negro.
Esmagado pelo peso de minha própria existência.
O silêncio exato e concreto
Assiste soberano à minha autofagia.
Não sabia possuir lado tão obscuro, confesso.
À luz dessa revelação estou indefeso.
Sugado num redemoinho de mares tormentosos,
Sou conduzido ao cerne de meus segredos,
À essência de meus seres.
Extinguido de todas as minhas certezas,
Abrindo caminho ao meu novo universo
Emirjo ainda alheio ao tempo,
De um mais que branco, alvo, buraco.
04/06/10
Yuri Mushrock
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