sábado, 22 de janeiro de 2011

Cadeado

A verdade está parda,
Amarrotada e empoeirada até,
Mas ainda lá está,
No fundo de alguma gaveta,
Talvez, quem sabe, na minha cabeça.
É essa ausência que ecoa nos meus ouvidos,
Trazendo saudades de noites de chuva,
Quando eu deveria envergonhar-me de ignorar o presente.
E todos meus braços,
Os mesmos com os quais
Um dia tentei abraçar todo o mundo,
Não podem sustentar o peso dessa lacuna.
Há grilhões, algemas, pregos e correntes.
São seus lábios, seu sorriso, sua pele
E, sobretudo, essas memórias


(21/01/11)


Mike Rodrigues

Um comentário:

  1. Mike, mais uma vez eu adorei seu poema. Ele tem sinceridade e consegue ser tão universalista, que não me canso de vir até o seu blog, cada vez que vejo uma atualização sua. Bjao

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